Joá Souza | Ag. A Tarde
Por Mário Bittencourt, Prado
O incêndio que atinge o Parque Nacional do Descobrimento desde segunda-feira já destruiu cerca de 200 hectares de mata nativa. Segundo a chefe da reserva, Maria Carolina Portes, a hipótese mais provável para a causa do fogo é que tenha sido provocada por caçadores, pois foi encontrado um maço de cigarro na área atingida e dois cachorros foram vistos.
Nesta quarta, chegaram ao parque mais 11 brigadistas, indo para 70 o total de pessoas que estão no combate aos focos do incêndio. O fogo, nesta quarta, estava mais controlado e bem menos intenso que na segunda-feira, quando era possível ver o fumaceiro a cerca de 30 km do parque. Os aceiros – um tipo de limpeza em torno dos focos do incêndio – evitam que o fogo se alastre. Dois tratores de esteira ajudam os brigadistas a fazer os aceiros.
Brigadistas estão colocados em pontos estratégicos para evitar que indícios de queimada se desenvolvam, sobretudo entre as 12 e 15h, quando o sol está mais quente. Um dos fatores que colaboraram para que o fogo fosse controlado é que ventou pouco. Após o controle total do fogo, será feita a perícia para avaliar o que realmente provocou o incêndio e os prejuízos causados ao meio ambiente.
A área atingida pelo fogo é constituída de vegetação conhecida como mussununga, muito suscetível ao fogo. Ela estava em regeneração da maior queimada ocorrida no parque, em 2001, quando mais de 10% da área total (21.231 hectares) foi destruída.
Uma paca adulta foi o único animal encontrado morto até agora. Um jabuti achado vivo foi solto em local seguro. O Parque Nacional do Descobrimento possui diversos animais, como onças-pintadas, pacas, porcos-do-mato, antas, suçuaranas, macacos e tatus. E diversas árvores nativas, a exemplo de jacarandá, palmito, jequitibá e jatobá.
Sobrevoo - Estava previsto para esta quarta um sobrevoo de avião na área atingida, o que não ocorreu. Segundo a chefe do parque, o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade disponibilizou um avião com capacidade para seis pessoas, mas, diz ela, um helicóptero seria a melhor opção para se averiguar a área. Porém o preço do helicóptero – quatro vezes mais caro que o avião – fez com que isso não fosse viável até o momento.
Portes espera que nesta quinta o fogo esteja mais controlado, sobretudo com a ação dos tratores na feitura dos aceiros e do empenho dos brigadistas.