quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Ongs aproveitam crise para comprar terras para conservação

Movimento ambientalista consegue “barganhas” com o declínio do mercado de construção civil

Reuters

Los Angeles - Quando o proprietário de um enorme terreno desistiu da construção de uma casa com 65 cômodos em Portland, no estado de Oregon, por conta da crise, um grupo conservacionista viu ali uma oportunidade.



O grupo sediado em São Francisco, uma organização não governamental chamada Trust for Public Land (TPL), comprou o terreno de 27 acres por US$ 4,4 milhões – muito abaixo do preço de mercado, que era de US$ 6,2 milhões.



A área foi, então, adicionada a um parque já existente nos arredores. “As pessoas estão querendo desovar essas propriedades e a conservação é a grande beneficiária”, disse o presidente da TLP, Will Rogers.



“Nesse mercado, com a demanda no ponto em que está, muitos empreendimentos não saem do papel. Em vários lugares temos visto propriedades nas quais se havia planejado algum empreendimento voltando ao mercado para venda”, disse Rogers.



A aquisição do terreno em Portland é apenas uma das muitas que o TLP fez – assim como outros grupos conservacionistas, que viram oportunidades no colapso provocado pela crise e pela recessão.



A comunidade ambientalista está chamando essa tendência de “green lining”, enquanto o mercado de construção civil nos EUA permanece em estado de desolação.



A Associação dos Construtores da América disse no início do mês que os empregos na construção civil diminuíram nas áreas metropolitanas do país entre novembro de 2008 e novembro de 2009.



De acordo com a associação, os gastos com projetos de construção civil caíram mais de US$ 137 bilhões em novembro.



Entre as montanhas de projetos adiados ou descartados pelos empreendedores e investidores, os grupos ambientalistas estão encontrando barganhas.



Nas encostas de Serra Nevada, na Califórnia, a TPL está comprando 595 acres de terras não colonizadas ao longo do Bear River. Segundo a ONG, o proprietário planejava construir pequenos ranchos mas os planos mudaram por causa da crise.



Do outro lado do país, em Connecticut, outro empreendimento adiado deu aos grupos ambientalistas a chance de negociar um terreno de 42 acres que inclui o habitat natural do chamado “pardal do pântano”, uma espécie vulnerável ao aumento do nível do mar associado ao aquecimento global.



A cidade de Madison votará um referendo no próximo dia 26 para tentar aprovar a compra da terra, que custará mais de US$ 9,7 milhões. Uma coalizão que inclui ongs como TPL e The National Audubon Society, além de produtores agrícolas locais, irá contribuir com recursos.



“Não há dúvida de que a crise econômica nos colocou em condições de negociar... Se a propriedade não for adquirida pelo município de Madison como um parque costeiro, é sinal de que o proprietário tem recursos para mantê-la até que o mercado volte a ficar favorável”, reflete a Diretora de Assuntos Governamentais da Audubon Society, Sandy Breslin.



Há ainda outras oportunidades se abrindo para os ambientalistas, na esteira da crise do mercado. Laura Huffman, diretora da The Nature Conservancy (TNC) do Texas, que trabalha para proteger espaços verdes e nascentes de água, diz que, além de aquisições, existe um processo chamado compensação pela conservação.



Os proprietários de terras que participam desses programas podem se beneficiar com redução de impostos, por exemplo. Huffman disse que esse processo tornou-se uma opção atrativa para muitos proprietários. Essas compensações permitem que alguns proprietários possam manter suas terras e, em contrapartida, preservá-las (deixando de construir, por exemplo, ou desenvolvendo-as de forma menos impactante).



Por outro lado, o tempo de vacas magras também significa menos doações e declínio de financiamentos para as ONGs, o que, obviamente, interfere na possibilidade de compra de terras por elas.



A TNC viu seu financiamento cair de US$ 1,1 bilhão, em 2008, para US$ 547 milhões em 2009.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Ecossistemas irão migrar para acompanhar clima

http://www.portaldomeioambiente.org.br/mudancasclimaticas/2914-ecossistemas-irao-migrar-para-acompanhar-clima.html

Ecossistemas irão migrar para acompanhar clima
Ter, 05/Jan/2010 09:18 Mudanças climáticas

Cientistas da Califórnia, em um trabalho publicado na revista Nature, estimam que para continuar em sua zona de conforto os ecossistemas terão que se deslocar quase meio quilômetro ao ano para seguir as transformações do clima

Fabiano Ávila

Muitos ecossistemas, incluindo as espécies neles contidas, já apresentam sinais de deslocamento para se adaptar às mudanças climáticas. Mas o quão rápido eles terão que migrar para se manter dentro da sua faixa de conforto, com regimes de chuvas e temperaturas ideais?

Um grupo de cientistas da Academia de Ciências da Califórnia, com o apoio do Instituto de Ciências de Carnegie, Climate Central e da Universidade de Berkeley, tentou responder essa questão e calculou que, em média, seria necessário um deslocamento de 0,42 quilômetros por ano.

O trabalho foi publicado na revista Nature em dezembro e alerta que alguns ecossistemas de planície, como manguezais e desertos, terão que se mover mais de um quilômetro por ano.

A equipe calculou a velocidade das mudanças climáticas globais ao combinar dados atuais sobre o clima e o regime de temperaturas com as mais diversas projeções de modelos climáticos para o próximo século. O grupo se baseou em um nível intermediário de emissões de gases do efeito estufa (o cenário A1B de emissões do Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas).

Sob essas condições, a velocidade das mudanças climáticas é projetada para ser mais devagar em florestas coníferas tropicais e subtropicais (0,08 quilômetros ao ano) e em pradarias (0,11 quilômetros ao ano). Já em áreas de planícies ao nível do mar a velocidade será bem mais acentuada: manguezais teriam que se deslocar 0,95 quilômetros por ano e savanas até 1,26 quilômetros por ano.

Conservação

A vulnerabilidade desses biomas não depende apenas da velocidade das mudanças que eles irão experimentar, mas também do tamanho das áreas de proteção nas quais eles se encontram.

Por exemplo, enquanto a transformação do clima nas áreas de desertos é esperada para acontecer velozmente, esta ameaça é minimizada pelo fato de que as áreas desérticas protegidas tendem a ser muito grandes. Por outro lado, o pequeno tamanho e a fragmentação das áreas de conservação para as florestas temperadas no Mediterrâneo e para as florestas boreais, fazem esses habitats serem bastante vulneráveis.

“Um dos principais benefícios deste trabalho é permitir analisar como a atual rede de áreas de conservação será capaz de preservar realmente os ecossistemas”, afirmou Healy Hamilton, diretora do Center for Applied Biodiversity Informatics da Academia de Ciências da Califórnia.

Com relação aos seres vivos, os pesquisadores dizem que o estudo aborda a transformação do clima nos ecossistemas, mas não diretamente em cada espécie. Porém, alertam que os animas, e principalmente as plantas, que não apresentarem uma grande capacidade de adaptação correm sérios riscos. Quase um terço dos habitats estudados terão uma velocidade de deslocamento superior a mais otimista projeção de migração de plantas, por exemplo.

Além disso, os habitats estão muito fragmentados pela ação humana, o que pode resultar que muitas espécies simplesmente não terão para onde ir.

“Se analisarmos o tempo que irá levar para as mudanças climáticas atravessarem toda uma área de proteção, alterando assim o clima ideal para o ecossistema em questão, veremos que apenas 8% das atuais zonas de conservação terão uma sobrevida de pelo menos 100 anos. Se quisermos melhorar essa situação, precisaremos reduzir nossas emissões e trabalhar rapidamente para expandir e interconectar as áreas protegidas”, concluiu Hamilton


Fonte: CarbonoBrasil/Academia de Ciências da Califórnia.
.
http://www.portaldomeioambiente.org.br/politica-ambiental/2923-projeto-pretende-isentar-de-impostos-produtor-de-frutas-nativas.html

Projeto pretende isentar de impostos produtor de frutas nativas
Qua, 06/Jan/2010 09:18 Política Ambiental

São Paulo - Um projeto de lei, que aguarda emendas na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado, pretende dar incentivos especiais ao proprietário cuja principal atividade seja o cultivo de espécies frutíferas nativas, como buriti, açaí, cupuaçu e graviola. A proposta é que os produtores sejam isentados, inclusive, do pagamento do Imposto Territorial Rural, nos locais onde houver cultivo dessas espécies.

O Projeto de Lei do Senado (PLS 580/09) foi apresentado pelo senador Arthur Virgilio (PSDB-AM), que justifica que a lei atual acerta ao isentar de impostos as Áreas de Preservação Permanente (APPs), de Reserva Legal (RL) e de interesse ecológico, mas precisa incluir nessa isenção as frutas nativas.

Virgilio acredita que, ao preencher essa lacuna no ordenamento legal, o Brasil estará incentivando uma atividade econômica e, ao mesmo tempo, contribuindo para a melhoria do meio ambiente, pois isso favorece a produção de alimentos e a recomposição de matas históricas. As informações são do jornal Diário do Amapá.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Revista de Gestão Costeira Integrada

Âmbito da Revista

A RGCI – Revista de Gestão Costeira Integrada (JICZM - Journal of Integrated Coastal Zone Management) é uma revista cujos artigos são sujeitos a avaliação inter-pares por avaliadores credenciados e isentos, que publica artigos sobre todos os temas relacionados com a gestão costeira, designadamente focalizados na oceanografia costeira (física, geológica, química, biológica), engenharia, economia, sedimentologia, sociologia, ecologia, história, poluição, direito, biologia, antropologia, química, política, etc.

Os artigos publicados apresentam resultados quer da investigação fundamental, quer de investigação aplicada ou direccionada.
É dada ênfase aos resultados provenientes de investigação interdisciplinar, da aplicação de técnicas e instrumentos de gestão, de desenvolvimentos inovadores de métodos e técnicas, de assuntos com aplicabilidade genérica, e de experiências locais ou regionais que possam constituir uma fonte de inspiração para outras regiões.

A RGCI/JICZM está focalizada nos ambientes costeiros e na sua gestão, o que significa que abrange uma grande área que se estende desde uma distância não bem determinado para o interior do continente até um limite indefinido para o lado do mar. Artigos sobre paleo-ambientes costeiros, antigas linhas de costa, ocupação histórica do litoral, análise diacrónica e evolução da legislação integram-se, também, no âmbito da Revista.

Um dos públicos alvo da RGCI/JICZM é a comunidade que fala português (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste, que no conjunto têm mais de 210 milhões de habitantes). Todavia, os autores e os leitores da RGCI não estão confinados geograficamente; todos os investigadores e técnicos que desenvolvem as suas actividades nas zonas costeiras, em qualquer região do mundo, são potencialmente autores e/ou leitores da RGCI/JICZM.

A RGCI/JICZM aceita a submissão de manuscritos redigidos em português (com resumo alargado em inglês) ou em inglês (com resumo alargado em português).

A revista, na globalidade, pode ser descarregada em http://www.aprh. pt/rgci/
revista9f3.html onde pode efectuar também o download artigo por artigo.

Edições especiais


Ano 4, N.º 6
Edição especial
Manguezais

Ano 4, N.º 5
Edição especial
Políticas Públicas
Números publicados


Volume 9
Fascículo 3 - 2009

Volume 9,
Fascículo 2 - 2009

Volume 9,
Fascículo 1 - 2009


Volume 8,
Número 2 - 2008


Volume 8,
Número 1 - 2008

Volume 7,
Número 2 - 2007

Volume 7,
Número 1 - 2007

Ano 3, N.º 4

Ano 2, N.º 3

Ano 1, N.º 2

Ano 1, N.º 1