sábado, 27 de fevereiro de 2010

Nº de abelhas no mundo cai drasticamente

Sumiço do inseto tem consequências ecológicas e econômicas

Essa perda no número de insetos prejudica os países igualmente, mesmo que eles tenham diferentes climas, faunas e floras. Em qualquer tipo de ambiente onde vivem, as abelhas têm o importante papel de polinizar cerca de 75% das espécies vegetais consumidas pelos seres humanos e de produzirem o mel que também integra o cardápio de muitas pessoas, além de fazer parte da composição de diversos cosméticos.

Tal sumiço generalizado já ganhou um nome: a sigla CCD, que em inglês significa “desordem de colapso de colônias”. Essa nomenclatura une pesquisas de diferentes partes do Hemisfério Norte que seguem três linhas principais de investigação: o emprego de pesticidas na agricultura, um ácaro parasita chamado Varroa ou até mesmo a diminuição de floradas no habitat – esses três fatores podem ser responsáveis pelo fenômeno de diminuição da quantidade de abelhas no mundo.

Chips na luta pela preservação

Para conseguirem mais dados, os biólogos também empregam soluções criativas, como é o caso do grupo de cientistas franceses da Acta - Associação para Coordenação Técnica Agrícola, de Lyon, que estão equipando os insetos com microchips dotados de rádios com identificador de frequência, antes de liberá-los na natureza. Desta forma, o minúsculo aparelho registra uma série de dados durante a vida do animal em busca de pistas sobre seu extermínio.

Os dados mais atualizados sobre a diminuição da população mundial de abelhas vêm do Apimondia, congresso internacional apícola realizado em setembro de 2009 na França. Seus indicadores mostram que Europa, Estados Unidos, China e países da América Latina, estão ameaçados por perdas ecológicas e econômicas com o desaparecimento das abelhas.

Abelhas brasileiras são exceções

O Brasil destaca-se como exceção entre os países latino-americanos por não sofrer com o problema. Segundo a Confederação Brasileira de Apicultura as abelhas brasileiras, conhecidas como africanizadas, possuem genética diferente das afetadas pelo sumiço, por isso não correm risco de extinção. Mesmo assim, vale prestar mais atenção a esse importante inseto que pode fazer muita falta na vida humana e na natureza.

Fonte: http://www.portaldomeioambiente.org.br/animais/3377

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Oportunidade para a Rede

O Centro de Apoio Sócio-Ambiental (CASA), em parceria com a Fundação Interamericana (IAF), está com edital aberto. Os temas prioritários são capacitação, fortalecimento de redes de colaboração regional, participação comunitária nos processos de tomada de decisão e atividades socioambientais localmente relevantes (como programas de reciclagem, educação ambiental e manejo florestal sustentável).
Os projetos devem ser enviados até o dia 24 de abril de 2010 com valor de no máximo R$ 10.000,00 (dez mil reais). Informações em www.casa.org.br.

Abraços a todos da EMANE!

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Catadoras de mangaba discutem linha de ação em Sergipe


Foto Raquel Rodrigues

Representantes das catadoras de mangaba do Estado de Sergipe estiveram em reunião na sede da Embrapa Tabuleiros Costeiros, na quinta-feira (14 ) com o objetivo de discutir as atividades do novo projeto aprovado pelo CNPq que objetiva capacitá-las a extração e/ou cultivo da mangaba de forma sustentável, ao manejo pós-colheita e o reforço da organização e busca às soluções de problemas.

O projeto, coordenado pelo pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros Josué Francisco da Silva Júnior, tem a parceria da Embrapa Amazônia Oriental e terá como resultado a capacitação de 30 mulheres catadoras de mangaba no uso de tecnologias que envolvem a extração ou plantio até a cadeia final, o comércio e o estímulo ao debate, a organização e às soluções. Um livro está previsto e já tem um título: A História das Catadoras de Mangaba de Sergipe.


Base de sustento

A coleta da Mangaba é a base de sustento de mais de 5 mil famílias em situação de vulnerabilidade social, só no litoral sergipano. Devido à crescente dificuldade de acesso às mangabeiras em decorrência da expansão imobiliária e das fronteiras agrícolas, o fruto está cada vez mais escasso. Outro problema enfrentado pelas catadoras é a dificuldade de comercialização do produto.

As catadoras estão conquistando visibilidade inclusive nacional, pois se fazem ouvir junto às autoridades e, recentemente, na Comissão Nacional de Desenvolvimento Sustentável de Povos e Comunidades Tradicionais. Além do apoio das duas unidades da Embrapa, o movimento conta com a Universidade Federal do Pará, do Incra-SE, e do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).

“O projeto melhora a comunicação entre as catadoras, pois a colheita está cada vez mais difícil. Queremos mais respeito e possibilidade de trabalhar” disse a catadora Maria Domingos da Anunciação, a Ninha, do povoado Alagamar, do município de Pirambu.

Patrícia Santos de Jesus, presidente do Movimento das Catadoras de Mangaba, disse que com capacitação e ao se tomar conhecimento das possibilidades de preservação e de exploração sustentável fica mais fácil reivindicar os direitos. "As possibilidades estão se expandindo, pois já pensamos em capacitação oferecida pela Resex/RDS organização que cuida das reservas extrativistas", complementou.

Ivan Marinovic Brscan MTb 1634/09/58/DF
Embrapa Tabuleiros Costeiros
ivan@cpatc.embrapa.br

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Incêndio na Ilha de Itaparica é controlado apesar da permanência de focos


Foto Luís Pereira/Agência A TARDE
A TARDE On Line com infos de Cristina Pita

Depois de quase 48h de fogo, o incêndio que atingiu parte da mata atlântica da Ilha de Itaparica está sob controle. Na tarde desta sexta-feira, 19, poucos focos surgiram durante o dia devido aos fortes ventos na região. No entanto, as raízes das árvores ainda estão quentes e podem provocar novas chamas.


Além disso, sobre a vegetação que já foi devastada, o fogo está reacendendo e, mesmo em terrenos alagados, bolas incandescente aparecem do solo porque as raízes da vegetação continuam a queimar. Durante o dia, soldados do Corpo de Bombeiros da Chapada Diamantina e de Santo Antônio de Jesus chegaram à ilha e estão de plantão para possíveis emergências.


O incêndio, supostamente criminoso, começou na tarde de quarta, 17, e destruiu cerca de 600 hectares da mata atlântica, o equivalente a 600 campos de futebol, da histórica Lagoa Grande, localizada entre Barra do Gil e a contracosta da Ilha de Itaparica (a 285 km de Salvador).


As hipóteses mais prováveis para o começo das chamas, são, segundo o major PM Gomes Filho, as queimadas, fogueiras de caçadores ou queima de lixo doméstico.

Incêndio destrói 600 hectares de mata atlântica na Ilha de Itaparica


Lagoa Grande é cercada por fazendas, mata fechada e uma comunidade onde vivem duas mil pessoas
Foto Luis Pereira Agência A Tarde
Cristina Santos Pita, de Santo Antônio de Jesus


Um incêndio supostamente criminoso, que começou na tarde de quarta-feira (17) destruiu 600 hectares da mata atlântica, o equivalente a 600 campos de futebol, da histórica Lagoa Grande, localizada entre Barra do Gil e a contracosta da Ilha de Itaparica (a 285 km de Salvador). O incêndio foi controlado por volta das 10 horas da manhã desta quinta, mas não debelado, pois o fogo continua queimando a vegetação.

Nesta quinta, foram detectados sete focos de incêndio. A equipe do Corpo de Bombeiros esbarra na dificuldade de acesso ao local, já que é uma mata fechada e densa. Carros-pipa não têm acesso ao centro da mata. Até a tarde de hoje, foram usados cerca de 20 mil litros de água. O helicóptero dos bombeiros abastece as bolsas numa lagoa da Fazenda Água Viva, onde foi montada a base da operação, a 200 metros da Lagoa Grande, área mais atingida. Ainda não se sabe se, além de queimar a vegetação, o fogo destruiu ninhos de pássaros ou causou a morte de outros animais.

A origem do fogo ainda é desconhecida. Porém, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros suspeitam que o incêndio seja criminoso. As hipóteses mais prováveis, segundo o major PM Gomes Filho, são as queimadas, fogueiras de caçadores, queima de lixo doméstico ou a piromania. “Existem pessoas que tocam fogo na vegetação de propósito, por diversão, sem pensar nos danos e nos prejuízos. Além disso, moradores juntam o lixo nas propriedades e queimam, com o calor forte o fogo acaba se alastrando. O incêndio foi criminoso”, ressaltou.

História - A Lagoa Grande possui área de manguezal e uma biodiversidade ainda preservada. Segundo o fotógrafo e ambientalista Luís Pereira, na Lagoa Grande ainda existem as ruínas da primeira igreja da Ilha de Itaparica, de Nosso Senhor de Vera Cruz, onde se desenvolveu o primeiro núcleo habitacional da região. “A lagoa alimenta todo o lençol freático da ilha. Foi nela que funcionou a primeira máquina a vapor de moer cana. Ela é uma fonte de água mineral”, contou. Perto da lagoa há várias fazendas e a comunidade da Joeirana, onde moram duas mil pessoas.

“Faremos levantamento dos prejuízos ao meio ambiente e vamos autuar os responsáveis”, garantiu Simone Alcântara, fiscal do Instituto do Meio Ambiente (IMA).

Programa do MMA financia projetos para conservação da Mata Atlântica

Assessoria de Imprensa MMA

Serão destinados R$ 4,2 milhões para os temas gestão participativa de UCs, adequação ambiental de imóveis rurais e capacitação para elaboração e implementação de planos municipais no bioma

O Subprograma Projetos Demonstrativos (PDA) do Ministério do Meio Ambiente lançou, nesta quinta-feira (18/02), o edital da Chamada 09 que vai selecionar pelo menos 12 projetos para promover a conservação da Mata Atlântica.

Com recursos da ordem de R$ 4,2 milhões, a Chamada 09 vai financiar ações divididas em três temas: gestão participativa de unidades de conservação (UC); adequação ambiental de imóveis rurais; e capacitação para a elaboração e implementação de planos municipais de conservação e recuperação da Mata Atlântica. O envio dos projetos vai até 19 de abril.

Pode concorrer à Chamada 09 organizações sem fins lucrativos da sociedade organizada brasileira, com atuação na área de meio ambiente e desenvolvimento sustentável. Uma Câmara Técnica, composta por representantes do MMA, Instituto Chico Mendes e Ibama, vai analisar os projetos, que serão escolhidos em 20 de maio.

Esta chamada foi elaborada pelo PDA, da Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável, junto com a Secretaria de Biodiversidade e Floresta e Instituto Chico Mendes. Além da elaboração do edital, essa parceria também vai melhorar a implementação dos projetos, além de monitorar e acompanhar os projetos contratados.

As organizações escolhidas terão de 18 a 24 meses para executar os projetos, dependendo da área de atuação, com prestação de contas mensal. Os recursos são da Cooperação Financeira Brasil/Alemanha, pode meio do banco alemão KfW.

A expectativa do secretário técnico do PDA, Luiz de Oliveira, é que pelo menos 50 projetos sejam inscritos. Para ele, os projetos devem ter iniciativas pioneiras que possam resultar em política pública para conservação da Mata Atlântica.O objetivo não é solucionar todos os problemas, mas apontar os caminhos e os modelos que podem dar certo, afirmou.


Comitês Gestores

O PDA vai destinar R$ 1.480.000,00 para apoio a projetos do Tema 1 (capacitação em gestão participativa de UCs) sendo R$ 370 mil o valor máximo para cada projeto. Os projetos tem de fortalecer os Comitês Gestores da UC, envolvendo a população do entorno da unidade na proteção da Mata Atlântica, ampliando a identificação da sociedade com a unidade.

Cada projeto precisa contemplar pelo menos duas unidades de conservação, fazendo com que a população que vive em torno da UC tenha uma identificação com o local e fortaleça a proteção da área. A organização escolhida também deverá contribuir na elaboração de planos de manejo e desenvolver ações de educação ambiental.

Já o Tema 2 (adequação ambiental de imóveis rurais) terá R$ 1.850.000,00. A idéia é ampliar a adequação ambiental dos imóveis rurais, com ações que promovam a identificação, demarcação, recuperação e averbação de Reservas Legais, bem como a identificação, demarcação e recuperação de Áreas de Preservação Permanente. O valor máximo por projeto é de R$ 370 mil.

As propostas deverão prever as etapas necessárias para a identificação das Reservas Legais nos imóveis rurais, a instrução dos processos de aprovação da localização por parte das instituições habilitadas e a respectiva averbação das Reservas Legais no Cartório de Registro de Imóveis.

O terceiro tema dá apoio financeiro para capacitar técnicos de órgãos públicos, prefeituras, ONGs, para elaborar Planos de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica e para o fortalecimento dos Conselhos Municipais do Meio Ambiente nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste, abrangendo os 17 estados que fazem parte da Mata Atlântica.

Serão destinados R$ 900 mil, sendo que o valor máximo por projetos é de R$ 300 mil.

O PDA prepara as chamadas 10 e 11, voltadas para os biomas Amazônia e Mata Atlântica, e deverão ser lançadas em abril, totalizando R$ 4,5 milhões de financiamento de projetos de proteção das florestas e na busca pela sustentabilidade.

Projeto de restauração florestal na Bahia é o primeiro a receber selo CCB no Brasil

Área de 1.000 hectares no Corredor Ecológico Monte Pascoal – Pau Brasil deve remover 360 mil toneladas de dióxido de carbono da atmosfera em 30 anos.

O Corredor Ecológico Monte Pascoal – Pau Brasil, no Extremo Sul da Bahia, é o primeiro projeto brasileiro de restauração florestal a receber o selo Clima, Comunidade e Biodiversidade (CCB). Considerado o mais importante certificado internacional para sequestro de carbono. O selo CCB atesta que o projeto é capaz de, ao mesmo tempo, minimizar os efeitos das mudanças climáticas, dar suporte ao desenvolvimento sustentável e conservar a biodiversidade em sua área de atuação. A meta do projeto é viabilizar a restauração de pelo menos 1.000 hectares, removendo, ao longo de 30 anos, cerca de 360 mil toneladas de dióxido de carbono da atmosfera.

O projeto é uma iniciativa da The Nature Conservacy (TNC), do Instituto BioAtlântica (IBio), da Conservação Internacional (CI-Brasil), do Instituto Cidade, do Grupo Ambiental Natureza Bela, da Associação de Nativos de Caraíva, da Associação Comunitária Beneficente de Nova Caraíva, que se uniram para trabalhar pela formação do corredor ecológico entre os parques nacionais do Pau Brasil e do Monte Pascoal, e da Cooperativa de Reflorestadores de Mata Atlântica do Extremo Sul da Bahia (Cooplantar), organização responsável pelo plantio e manutenção das mudas no campo.

“Pretendemos construir um corredor ecológico para criar uma conexão entre os remanescentes de Mata Atlântica e os dois parques nacionais, principalmente nas bacias hidrográficas dos rios Caraíva e dos Frades, considerada uma das mais ricas em biodiversidade do mundo”, comenta Gilberto Tiepolo, coordenador de carbono florestal da The Nature Conservancy (TNC).

A primeira propriedade já restaurada pela Cooplantar, no corredor, foi a fazenda Monte Pascoal, de propriedade de Olival José Covre, no município de Itabela. Um total de 17 hectares de área degradada foi restaurado na fazenda, tanto por meio do plantio de mudas de árvores nativas quanto pela regeneração natural assistida. O primeiro contrato de créditos de carbono, que permitiu a restauração na fazenda Monte Pascoal, foi assinado com a empresa de alimentos Kraft Foods, ainda em 2008.

Além de reduzir os efeitos das mudanças climáticas, o projeto será capaz de gerar trabalho, renda e capacitação para comunidades e organizações locais. As oportunidades de negócios criadas pelo projeto incluem coleta de sementes, produção de mudas, plantio e manutenção das áreas restauradas. Outra oportunidade para as organizações locais é o monitoramento do selo CCB, que exige o acompanhamento dos estoques de carbono, dos ganhos para a biodiversidade e dos benefícios sociais gerados pelo projeto. Lucio Bedê, gerente do programa Mata Atlântica da CI-Brasil, ressalta que devido aos importantes aspectos que o selo contempla, ele é bastante cobiçado pelos interessados em adquirir créditos de carbono com esse diferencial.

Já em 2009, foram assinados contratos de créditos de carbono para a compensação voluntária de emissões da Natura Cosméticos (250 hectares) e da Coelba - Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (50 hectares). Segundo Beto Mesquita, diretor executivo do IBio, "a meta é chegar a 1.000 hectares contratados até o final de 2011, contribuindo de maneira significativa para a recuperação ambiental e o desenvolvimento sustentável da região."

Os interessados em participar do projeto podem entrar em contato com a CI-Brasil (www.conservacao.org), com o IBio ( www.bioatlantica.org.br), com a Natureza Bela (www.naturezabela.org.br) ou com a TNC (www.nature.org/brasil) para obter mais informações.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Recém-achada, árvore da mata atlântica corre risco

REINALDO JOSÉ LOPESda Folha de S.Paulo
A planta acaba de ser batizada oficialmente (com o nome latino de Symplocos atlantica) e ganhou até um apelido mais popular, o de azeitoninha-das-nuvens, por causa dos frutos pretos. A certidão de nascimento da árvore para a comunidade científica, no entanto, já vem acompanhada de um rótulo nem um pouco invejável: o de ameaçada de extinção.
Isso porque os especialistas detectaram a nova espécie na chamada floresta nebular, uma subdivisão da mata atlântica que cresce nas alturas, a partir de 1.100 metros acima do nível do mar. Como o nome da formação indica, a floresta nebular está relacionada à presença constante de nuvens --as quais correm o risco de migrar para altitudes bem maiores com o avanço do aquecimento global.
E isso ameaça tanto a Symplocos atlantica quanto as demais espécies únicas da floresta nebular, afirma o biólogo Ricardo Bertoncello, um dos autores da descrição da planta na publicação científica "Harvard Papers in Botany".
Bertoncello chegou à azeitoninha-das-nuvens durante seu mestrado na Unicamp, cujo objetivo era justamente ajudar a entender como a comunidade de plantas se modificava morro acima na mata atlântica.
"Logo nas primeiras idas a campo eu percebi que se tratava de algo diferente. Era o esperado, porque a floresta nebular é cheia de endemismos [espécies que só ocorrem ali] e pouco estudada. É só chacoalhar a mata que caem espécies novas", brinca.
Olho clínico
Após coletar frutos e flores da árvore, o biólogo pediu a ajuda de João Luiz Aranha, especialista na família à qual a possível nova espécie claramente pertencia. Aranha, que também assina a descrição da planta, confirmou que se tratava de um vegetal desconhecido. Até agora, só foram encontradas árvores em Ubatuba (SP) e Parati (RJ), crescendo entre 1.000 m e 1.270 m de altitude, e com altura variando entre um metro (quase um arbusto) e 9 m.
O trabalho de Bertoncello também dá pistas sobre como a trajetória evolutiva da floresta nebular é única. O conjunto de espécies, por exemplo, apresenta só 18% de sobreposição com árvores que estão meros 150 metros morro abaixo. "A similaridade é maior com plantas que ocorrem em situações semelhantes em outros Estados do que com as que estão ali do lado", conta o biólogo.
Isso provavelmente sugere que a vegetação cobria uma área mais extensa e contínua durante a Era do Gelo (que terminou há cerca de 10 mil anos), quando as condições eram mais frias e úmidas. Com o aumento da temperatura, a conexão sumiu. "Na prática, é como se fossem ilhas de floresta nebular."
Curiosamente, apesar da presença das nuvens, esse tipo de mata tem aspecto retorcido e árvores de casca grossa, que lembram um pouco ecossistemas mais secos, como o cerrado. Uma explicação possível é a relativa escassez de nutrientes.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Ministério do Meio Ambiente sugere criação de UCE

Escrito por Redação do Numa

O Ministério do Meio Ambiente propôs a criação de duas Unidades de Conservação – UCE nos municípios de Belmonte e Santa Cruz Cabrália. O objetivo da proposta é preservar e recuperar áreas naturais de valor socioambiental, localizadas na Costa do Descobrimento. As Unidades de Conservação serão o Parque Nacional de Belmonte (Parna Belmonte) e a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Piaçava (RDS Piaçava).

A escolha foi feita a partir de estudos técnicos efetuados na área, onde foi constatada não somente a importância turística da região, a extração de piaçava como fonte de renda, como também a urgência em protegê-la por encontrar-se em processo de degradação.

A área a ser preservada compreende um rico e conservado ecossistema existente no extremo sul da Bahia, que interliga três bacias paralelas (rios João de Tiba, Santo Antônio e Preto). Nesta localidade é possível encontrar restingas arbustivas em faixas, campos nativos de mussunungas, brejos e várzeas de restingas.

O Parna de Belmonte, localizado em Belmonte e Santa Cruz Cabrália será uma unidade de conservação de proteção integral. Nesta UCE serão permitidas atividades de educação ambiental, pesquisas científicas e turismo ecológico. A sua criação tornará possível proteger mananciais de água que abastecem Belmonte e Cabrália; recuperar a vazão dos rios; preservar brejos, lagoas, restingas e mussunungas; e valorizar os dois municípios como Centros Regionais de Turismo Ecológico, criando novas formas de renda.

A RDS Piaçava será uma unidade de conservação de uso sustentável, composta por comunidades que têm como meio de subsistência a exploração sustentável dos recursos naturais. No local serão permitidas atividades como a visitação pública, dentro das regras do Plano de manejo; a pesquisa científica e a educação ambiental, bem como a exploração dos recursos naturais, desde que sejam replantadas espécies cultiváveis dentro das áreas de zoneamento. A RDS Piaçava trará benefícios como a preservação da Piaçava, promoverá a organização dos piaçaveiros tendo em vista melhorias nas condições de trabalho e estimulará o turismo na região.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Criado em Ilhéus corredor ecológico Lagoa Encantada/Serra do Conduru


Escrito por ASCOM | CMI
Qua, 11 de Novembro de 2009 18:32




Com a sanção do projeto de lei de autoria do vereador Alisson Mendonça, Ilhéus passou a ter, a partir de agora, a Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie), que atuará sob a denominação de Corredor Ecológico Lagoa Encantada/Serra do Conduru, localizado no distrito de Aritaguá. O corredor ecológico vai conectar a Área de Proteção Ambiental (APA) da Lagoa Encantada e do Rio Almada com o Parque Estadual da Serra do Conduru, duas unidades de conservação estadual em território municipal, com área de 10 mil hectares.


De acordo com o vereador Alisson Mendonça, o Corredor Ecológico Lagoa Encantada/Serra do Conduru tem como principais objetivos ligar as áreas de conservação ambiental, possibilitando o fluxo de genes e o movimento da biota, facilitando a dispersão de espécies e a recolonização de áreas degradadas, bem como a manutenção de populações que demandam para sua sobrevivência de áreas ambientais sustentáveis. Além disso, o Corredor Ecológico Lagoa Encantada/Serra do Conduru visa proteger e recuperar os recursos hídricos, edáficos e genéticos com a proibição de atividades potencialmente causadoras de degradação ambiental, a exemplo da extração de mineral e implantação de empreendimentos industriais.

Outro ponto importante a partir da criação do corredor ecológico, segundo explica o vereador Alisson Mendonça, é a oportunidade de incentivar a atividade de pesquisa, estudos e monitoramento ambiental, além de estimular o desenvolvimento do ecoturismo, educação ambiental e das atividades de recreação e lazer em contato harmônico com a natureza. A lei que cria o corredor ecológico prevê ainda que as atuais atividades agropastoris desenvolvidas por proprietários e posseiros no polígono do projeto não serão afetadas.
E para coordenar o Corredor Ecológico Lagoa Encantada/Serra do Conduru será criado o Comitê Gestor da Área de Relevante Interesse Ecológico, um órgão consultivo composto por entidades governamentais e não governamentais cujos membros serão nomeados pelo chefe do Poder Executivo. O Comitê Gestor terá como principais funções propor planos, programas e ações a órgãos públicos, entidades não governamentais e empresas privadas com o objetivo de garantir os atributos ambientais, culturais e paisagísticos e a proteção dos recursos naturais do corredor ecológico, visando o desenvolvimento da região. Também será atribuição do Comitê Gestor acompanhar o desenvolvimento dos planos, programas, projetos e ações propostos e promover articulações para estabelecer formas de cooperação entre os órgãos públicos e sociedade civil para a realização dos objetivos da gestão.
Alisson Mendonça explica ainda que os corredores ecológicos representam hoje uma das estratégias mais promissoras para o planejamento regional eficaz de conservação e preservação da fauna e flora. “O intenso processo de fragmentação urbana e rural, isolando remanescentes florestais e recursos hídricos, faz com que sua ligação por corredores de vegetação natural seja uma importante estratégia para mitigar os efeitos da ação antrópica e garantir a biodiversidade da região. Daí a necessidade de se criar esse corredor ecológico”, justifica o vereador.

Conselho Gestor da Área de Proteção Ambiental do Estuário do rio Mundaú é tema de reunião

05/02/2010 - ascom/semace


No último dia 3, a Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), através da Coordenadoria Florestal (Coflo) e Núcleo de Articulações das Gerências de Unidade de Conservação (Naguc), realizou reunião para reestruturação do Conselho Gestor da Área de Proteção Ambiental (APA) do Estuário do rio Mundaú. O evento aconteceu no Pólo de Lazer do Rio Mundaú, localizado no município de Trairi.

Na ocasião, o Naguc/Coflo apresentou as atribuições de um Conselho Gestor como: o fortalecimento da gestão participativa, a elaboração de plano de manejo da área, a participação na identificação de problemas de cunho ambiental e solucionamento, dentre outras. A gerência da APA também fez suas considerações expondo aos presentes o trabalho que vem sendo realizado pela Semace no local.

A próxima reunião sobre o conselho será realizada no município de Itapipoca que contém parte da unidade de conservação do rio Mundaú. Segundo a gerente Telma Sampaio, após esse encontro será possível visualizar todas as entidades que pretendem participar do conselho e com isso definir a sua composição. “Vamos juntar as representações dos dois municípios onde a APA está”, afirmou.

A reunião final está prevista para 11 de março, em Mundaú, na qual será concluída a composição do conselho, além de aprovado o calendário de encontros para discussões estratégicas e planos de ação. O regimento interno também será pautado para garantir a legitimidade do grupo.

Cotados para participar do Conselho Gestor
Várias entidades presentes se dispuseram a participar os representantes das instituições governamentais, CONPAM, COGERH, Superintendência do Patrimônio da União-SPU, Defesa Civil do estado do Ceará, UFC, Secretarias municipais do município de Trairi; Saúde, Turismo e Meio Ambiente, Educação, Cultura, Esporte, Vigilância Sanitária e Não governamentais; Associações locais, moradores e interessados. Resultando em 10 entidades governamentais e 11 não governamentais.

Luanna Patrícia
Assessoria de Comunicação - Semace

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Criador de passarinho(silvestre), não é vagabundo!


É isso aí! De acordo com nossos amigos da rinha de passáros de Marechal Rondon (Salvador) trata-se apenas de um torneio de canto. Algo do tipo Folia momesca. Nesses dias de agitação carnavalesca, vale a eleição do passaro mais "cantador". Seja ele o Justiceiro ou o Jack estuprador.
Leia notícia vinculada no Jornal A tarde e tire suas conclusões.

Polícia ambiental apreende dezenas de pássaros em Marechal Rondon
Sidnei Jesus | A TARDE

Welton Araújo(foto) | Agência A TARDE

Operação da Coppa, com apoio da Choque, partiu de uma denúncia anônimaNuma ação conjunta com o Batalhão de Choque, a Companhia de Policiamento e Proteção Ambiental (Coppa) da Polícia Militar (PM-BA) prendeu no bairro de Marechal Rondon, na manhã de domingo, 7, 55 homens que realizavam uma disputa de canto entre 66 passarinhos da espécie papa-capim. Mais dois adolescentes foram pegos.

Todos os detidos foram encaminhados num ônibus do Batalhão de Choque da PM, juntamente com os pássaros, até a 4ª Delegacia de Polícia, em São Caetano. Na unidade, segurando suas gaiolas, os detidos foram ouvidos e liberados após a lavratura do Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO).

“Eles cometeram crime capitulado no artigo 29 da Lei 9605/98 (dos crimes contra o meio ambiente), que prevê a pena de detenção de seis meses a um ano, mas não vão ser presos por se tratar de crime de menor potencial ofensivo”, explicou o tenente Anderson Messias, que coordenou a operação.

Os passarinhos apreendidos foram encaminhados ao Centro de Reabilitação e Triagem de Animais Silvestres do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), na Estrada das Barreiras. Lá deverão ser devolvidos ao habitat natural.

“Rinha” - A polícia chegou ao espaço comercial depois de denúncia anônima que anunciava para ali a realização de um grande evento onde os pássaros, sob apostas em dinheiro entre seus “donos”, seriam colocados para brigarem entre si. A “rinha”, como é popularmente conhecida a disputa, não foi verificada pelos policiais.

Questionado, um dos detidos revidou. “Não é rinha. É um campeonato de cantos. As gaiolas ficam a mais ou menos 10 centímetros de distância. Sempre rola no domingo, é uma coisa saudável”, disse ele, resistindo em concordar com a legislação que tipifica como crimes atos ainda comuns como a venda e a guarda em cativeiro.

Sem querer revelar o nome, outro detido disse que o “campeonato de canto” costuma reunir no espaço onde foram presos simpatizantes de vários bairros de Salvador. Conforme explicou, cada pássaro tem um nome e é estimulado a cantar, ficando sob avaliação por cerca de duas horas. Os mais persistentes são selecionados para uma espécie de semifinal, onde em mais dez minutos revela-se o melhor.

“É que nem Carnaval: melhor cantor e melhor música. Quem cantar mais leva o troféu”, explicou um deles, revelando ainda os nomes dos pássaros: Jack Estuprador, Timbalada e o Justiceiro.

Alguns deles reclamaram da ação policial. “Criador de passarinho não é vagabundo. Chegaram lá apontando a arma pra gente”, disse um dos detidos.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Mais que diabos é PPG7

O Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil é uma iniciativa do governo e da sociedade brasileira, em parceria com a comunidade internacional, que tem como finalidade o desenvolvimento de estratégias inovadoras para a proteção e o uso sustentável da Floresta Amazônica e da Mata Atlântica, associadas a melhorias na qualidade de vida das populações locais. O Programa Piloto constitui o maior programa de cooperação multilateral relacionado a uma temática ambiental de importância global.


Em seu desenho original, foi definido como objetivo geral do Programa Piloto “maximizar os benefícios ambientais das florestas tropicais, de forma consistente com as metas de desenvolvimento do Brasil, por meio da implantação de uma metodologia de desenvolvimento sustentável que contribuirá com a redução contínua do índice de desmatamento”. Para tanto, foram definidos como objetivos específicos:
- demonstrar a viabilidade da harmonização dos objetivos ambientais e econômicos nas florestas tropicais;
- ajudar a preservar os enormes recursos genéticos de que estas dispõem;
- reduzir a contribuição das florestas brasileiras na emissão de gás carbônico; e,
- fornecer um exemplo de cooperação entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento nas questões ambientais globais.
O Programa é financiado por doações dos países integrantes do ex-Grupo dos Sete, da União Européia e dos Países Baixos, complementadas com contrapartida crescente do governo brasileiro, dos governos estaduais e de organizações da sociedade civil.

A República Federal da Alemanha tem se destacado, tanto em termos do montante de recursos de doação, quanto pelas iniciativas de cooperação técnica e pelo compromisso de contribuir com fases posteriores do Programa. O Banco Mundial administra o Fundo Fiduciário de Florestas Tropicais - RFT, mecanismo criado para canalizar as contribuições dos doadores, e presta assistência técnica ao Programa1.

O Ministério do Meio Ambiente – MMA, é o responsável pela sua coordenação geral. O planejamento e a execução de atividades do Programa e de seus respectivos componentes envolvem uma série de parcerias, especialmente com órgãos governamentais federais, estaduais e municipais, movimentos sociais, organizações ambientais e setor privado.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Universitários fazem estágio vivência em propriedades rurais da Bahia

Ilhéus, BA – O movimento Mecenas da Vida, uma ONG que traz o turismo como plataforma para promover a conservação ambiental e o desenvolvimento humano através da neutralização de carbono, recebeu 19 universitários da UNICAMP e UNESP (SP), UFMG (MG), Universidade Federal Fluminense e Cândido Mendes (RJ), além de jovens voluntários de Barcelona (Espanha), que estão participando de um estágio vivência na APA Itacaré/ Serra Grande, no sul da Bahia. As atividades começaram no dia 11 de Janeiro e vão durar um mês. O objetivo é estimular a turma a fazer uma leitura de mundo mais próxima da realidade.

Os jovens saíram das salas de aula para encarar a rotina de trabalhos da equipe técnica do Movimento Mecenas da Vida. São estudantes de diferentes áreas do conhecimento: engenharia agrícola e florestal, agronomia, biologia, direito, arquitetura, além de técnicos socorristas, o que favorece a interdisciplinaridade. Todos estão muito dispostos a conhecer o que a região tem a oferecer para o meio ambiente e para o turismo.

Na primeira semana, os estagiários permaneceram em Serra Grande e participaram de excursões onde tiveram a oportunidade de conhecer o potencial turístico da região, como, por exemplo, o perfil cultural e histórico do lugar, problemáticas locais, processo de chegada da indústria turística, aspectos positivos e negativos do setor, e contribuições do programa Turismo Carbono Neutro. De acordo com os coordenadores do Movimento Mecenas da Vida, este programa tem a proposta de implantar um processo de “certificação” nos equipamentos turísticos locais (pousadas, restaurantes e lojas), valorizando esses equipamentos e os turistas que neutralizam as emissões de carbono (CO2) geradas por suas atividades e por suas viagens.

Nas próximas duas semanas, os estagiários serão “adotados” pelas famílias para vivenciar toda a rotina e as atividades dos agricultores tradicionais. Os estudantes serão divididos em propriedades rurais dos distritos de São Gonçalo e Cuiudo (Taboquinhas) e Marambaia e Brilhante (Itacaré). O trabalho no campo é voluntário e segue a linha de intercâmbio que envolve conhecimentos tradicionais e conhecimentos técnicos. “Neste contexto, os agricultores vão transmitir aos universitários os ensinamentos que a base acadêmica não proporciona e os estudantes vão transmitir aos agricultores e familiares os ensinamentos técnicos de suas respectivas áreas, criando oportunidades para melhorar as propriedades rurais e assim, promover também o desenvolvimento humano dessas famílias”, disse um dos coordenadores do evento e engenheiro florestal, Salvador Ribeiro.

O Movimento Mecenas da Vida busca construir uma nova cultura turística na região, baseada na relação turismo, desenvolvimento humano e sustentabilidade: www.mecenasdavida.org.br O movimento está associado à Rede Sul da Bahia.

Sobre a Rede Sul da Bahia Justo e Sustentável:

A Rede Sul da Bahia Justo e Sustentável é uma mobilização de organizações locais e nacionais/internacionais que atuam na região. Seu objetivo é apoiar e estimular iniciativas de desenvolvimento para o sul baiano, baseado nos pilares da sustentabilidade – desenvolvimento econômico, respeito ao meio ambiente e à cultura, e justiça social. Criada em outubro de 2009, a Rede já soma mais de 130 associados, com ações nos campos da economia e geração de renda, da saúde, da educação, do meio ambiente, do turismo, entre outros. Mais informações e formas para associação, pelo site http://redecoalizaosulba.ning.com/


Mais informações sobre o programa Estágio Vivência Mecenas da Vida:
Salvador Ribeiro - contato@mecenasdavida.org.br
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Fonte: Agência REBIA de Notícias

Parque de Abrolhos recebe título internacional no Dia Mundial das Zonas Úmidas

02/02/2010

Carine Correa e Aida Feitosa

Ao anunciar o título de "Sítio Ramsar" ao Parque Nacional Marinho de Abrolhos, o ministro do Meio Ambiente Carlos Minc ressaltou a importância de aumentar a área das unidades de conservação marinhas e de incentivar o manejo das já existentes . "Nós estamos no prejuízo. Temos um compromisso internacional de proteger 10%, mas apenas menos de 0,5% de nossas áreas marinhas estão em unidades de conservação", disse o ministro ressaltando o esforço que o governo federal tem feito para mudar esse quadro.

Um exemplo, destacou o ministro, foi a ida do presidente Lula a Abrolhos no ano passado no Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho), sinalizando a possível ampliação da área de amortecimento do Parque que, agora também Sítio Ramsar, contém 1% do complexo coralino da América Latina. "Lamento que tenhamos tão poucas zonas úmidas protegidas. Essas áreas são fundamentais tanto para a produção de peixes que alimentam as pessoas como para a conservação da biodiversidade", completou o ministro.

Relevância mundial - O título de Sítio Ramsar reconhece a relevância mundial da biodiversidade do Parque Nacional Marinho de Abrolhos. A cerimônia de entrega do certificado foi realizada nesta terça-feira (02/02), em Brasília, durante a comemoração do Dia Nacional das Zonas Úmidas, que ressalta a importância da manutenção das áreas úmidas como uma das formas de contenção dos impactos das mudanças climáticas. Na ocasião também foram lançados uma revista e um vídeo sobre o trabalho do Ministério do Meio Ambiente para a conservação das zonas úmidas brasileiras.

A data marca a adoção da Convenção sobre Zonas Úmidas de Importância Internacional, conhecida como Convenção de Ramsar, um tratado firmado por governos de diversos países que estabelece uma ação nacional e uma cooperação internacional para a conservação e uso racional das zonas úmidas mundiais e de seus recursos naturais.

Atualmente a convenção é o único tratado ambiental global que trata das zonas úmidas, áreas alagadas naturais ou artificiais que abrigam grande biodiversidade de fauna e flora aquáticos, formando complexos ecossistemas que abrangem desde as áreas marinhas e costeiras até as continentais como lagos, manguezais e pântanos, áreas irrigadas para agricultura e reservatórios de hidrelétricas.

O tema do Dia Mundial das Zonas Úmidas de 2010, "Cuidar das Zonas Úmidas - uma resposta às mudanças climáticas", tem como objetivo a divulgação em níveis mundial e nacional das ameaças que as espécies e os ecossistemas dessas áreas enfrentam, assim como o importante papel que tais áreas desempenham na mitigação e adaptação às mudanças climáticas.

O reconhecimento da importância do Parque de Abrolhos é resultado de um esforço conjunto do MMA, ICMBio, Parque Nacional Marinho dos Abrolhos e da ONG Conservação Internacional (CI-Brasil), que comandaram o processo de candidatura da unidade de conservação. De acordo com Ana Paula Prates, da Gerência de Biodiversidade Aquática e Recursos Pesqueiros do MMA, a relevância da comemoração desse dia se traduz na intenção de levar ao conhecimento da sociedade brasileira a importância das zonas úmidas para o clima planetário, bem como para a biodiversidade aquática.

Ela ressalta que várias catástrofes ocorridas mundialmente são consequência do mau uso dessas áreas. Ana Paula acrescenta ainda que o desmatamento de matas ciliares, bordas de rios, a contaminação dos corpos hídricos, a impermeabilização do solo, e a sobreexplotação dos recursos aquáticos, entre outros danos, devem ser evitados para que sejam alcançadas as metas do clima e da conservação de biodiversidade.

Para o chefe do Parque de Abrolhos, Joaquim Neto, o diploma de Sítio Ramsar traz a esperança de abrir os olhos da sociedade quanto à necessidade de investimentos que assegurem as condições necessárias para a manutenção desta área . Já para Guilherme Dutra, diretor do Programa Marinho da Conservação Internacional, o reconhecimento internacional do parque é importante para trazer maior atenção da sociedade e do governo para sua proteção. "A ocasião é também oportuna para discutir a necessidade de ampliar as áreas protegidas na região dos Abrolhos, já que o parque, apesar de sua relevância, não é suficiente para proteger a biodiversidade e a manutenção da pesca para as gerações futuras", avalia.

Além da entrega do diploma de reconhecimento do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, integram ainda a agenda comemorativa do MMA os lançamentos do material de divulgação do Dia das Zonas Úmidas (cartaz e revista) e do vídeo "Áreas Aquáticas Protegidas como Instrumento de Gestão Pesqueira", onde são mostrados casos exitosos de recuperação dos estoques pesqueiros em áreas protegidas no litoral brasileiro e em águas interiores. Segundo Ana Paula, o vídeo demonstra que é possível usar e proteger de maneira participativa, ação que deve integrar os saberes científicos e tradicionais.

Zonas Úmidas

A definição do conceito de zona úmida surgiu na Convenção de Ramsar, tratado intergovernamental celebrado no Irã, em 1971, que marcou o início das ações nacionais e internacionais para a conservação e o uso sustentável das zonas úmidas e de seus recursos naturais. Atualmente, a Convenção conta com 159 países membros, que possuem 1.885 sítios reconhecidos como de importância internacional para a proteção das áreas úmidas, totalizando cerca de 185 milhões de hectares.

A convenção também classificou as áreas úmidas de importância mundial, os chamados Sítios Ramsar. Existem 1.556 sítios Ramsar reconhecidos mundialmente por suas características, biodiversidade e importância estratégica para as populações locais.

Ao todo, existem 42 tipos diferentes de classificação de zonas úmidas. Estas zonas abrigam uma enorme variedade de espécies endêmicas, mas, também, periodicamente, espécies terrestres e de águas profundas e, portanto, contribuem substancialmente para a biodiversidade ambiental. Além disto, têm papel importante no ciclo hidrológico, ampliando a capacidade de retenção de água da região onde se localiza, promovendo o múltiplo uso das águas pelos seres humanos.

Parque de Abrolhos

Criado em 1983, o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos corresponde a uma significativa área de proteção e conservação ambiental que abriga importantes espécies de fauna e flora costeiras. Os limites do parque compreendem duas áreas distintas: a maior, representada pelo Parcel dos Abrolhos e pelo Arquipélago dos Abrolhos, e a porção menor, o Recife de Timbebas.

Em sua totalidade, o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos ocupa uma área de aproximadamente 88.250 hectares e está situado na Região dos Abrolhos, caracterizada por um mosaico de ambientes marinhos e costeiros, composto por áreas de recifes de corais, fundos de algas, manguezais, praias, restingas e remanescentes de Mata Atlântica. A localidade possui ainda um alto nível de endemismo, ou seja, ocorrências de espécies exclusivas da região, e apresenta a maior biodiversidade marinha do Atlântico Sul.

Além de relevante área de conservação ambiental, o Parque de Abrolhos se destaca também por seus atrativos turísticos. Pessoas de diversas partes do mundo visitam a região anualmente para apreciar suas belezas naturais que se mantêm preservadas graças às ações conjuntas do governo federal, de ONGs e das comunidades locais.

Localizada próximo às cidades de Caravelas, Nova Viçosa, Alcobaça e Prado, a unidade é um valioso repositório de peixes de uma das zonas de pesca mais importantes do Brasil. O título de sítio RAMSAR revela a importância e os bons resultados das ações de conservação na região.

Apesar de seu valor ecológico, cultural, social e econômico, o Parque de Abrolhos permanece alvo de ações predatórias. Mesmo sendo uma unidade de proteção integral, barcos de pesca ilegal podem ser vistos nos recifes de Timbebas, e algumas vezes até mesmo no Parcel de Abrolhos durante a noite.

Parque de Abrolhos passa a ser o 11º sítio Ramsar brasileiro e o primeiro na Bahia.

Além dele, no Brasil há o Parque Nacional do Pantanal Matogrossense (MT), a Estação Ecológica Mamirauá (AM), Ilha do Bananal (TO), Reentrâncias Maranhenses (MA), Área de Proteção Ambiental da Baixada Maranhense (MA), Parque Estadual do Rio Doce (MG),

Parque Estadual Marinho do Parcel de Manoel Luz (MA), Lagoa do Peixe (RS) e as Reservas Particulares do Patrimônio Natural SESC Pantanal (MT) e Fazenda Rio Negro (MS).

A lista completa dos sítios, assim como mais informações sobre a Convenção e seus procedimentos, podem ser encontradas em:

http://www.ramsar.org/cda/ramsar/display/main/main.jsp?zn=ramsar&cp=1_4000_0

ASCOM

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

CURSO: RESTAURAÇÃO FLORESTAL NO SUL DA BAHIA

O Reitor da Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC, no uso de suas atribuições, torna público que se encontram abertas as inscrições para o CURSO DE “RESTAURAÇÃO FLORESTAL NO SUL DA BAHIA”, ação integrante do PROJETO DE EXTENSÃO: “PROJETO NOSSAS ÁRVORES”, do Departamento de Ciências Biológicas da UESC.

1. DAS INSCRIÇÕES:

PERÍODO De 25 de janeiro a 19 de fevereiro de 2010.
HORÁRIO Das 08:00 às 21:00 horas.
LOCAL Protocolo Geral da UESC - Térreo do Pavilhão Adonias Filho
CLIENTELA Profissionais, técnicos, estudantes e público em geral.
VAGAS 30 (trinta) – por ordem de inscrição
TAXA R$ 20,00 (vinte reais), recolhidos à Conta Corrente UESC n.º 991.220-7, Agência 3832-6, Banco do Brasil, com a identificação, obrigatória, do depositante e da atividade.

2. DA REALIZAÇÃO:

DATA/ HORÁRIO Dias 24, 25 e 26 de fevereiro de 2010, das 08:00 às 18:00 horas.
LOCAL UESC e Parque Estadual da Serra do Condurú – Serra Grande, BA.
C/ H 30 horas/aula.

3. DOS CERTIFICADOS: Receberá Certificado o participante que cumprir, no mínimo, 75% da Carga Horária estabelecida.