domingo, 21 de fevereiro de 2010

Catadoras de mangaba discutem linha de ação em Sergipe


Foto Raquel Rodrigues

Representantes das catadoras de mangaba do Estado de Sergipe estiveram em reunião na sede da Embrapa Tabuleiros Costeiros, na quinta-feira (14 ) com o objetivo de discutir as atividades do novo projeto aprovado pelo CNPq que objetiva capacitá-las a extração e/ou cultivo da mangaba de forma sustentável, ao manejo pós-colheita e o reforço da organização e busca às soluções de problemas.

O projeto, coordenado pelo pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros Josué Francisco da Silva Júnior, tem a parceria da Embrapa Amazônia Oriental e terá como resultado a capacitação de 30 mulheres catadoras de mangaba no uso de tecnologias que envolvem a extração ou plantio até a cadeia final, o comércio e o estímulo ao debate, a organização e às soluções. Um livro está previsto e já tem um título: A História das Catadoras de Mangaba de Sergipe.


Base de sustento

A coleta da Mangaba é a base de sustento de mais de 5 mil famílias em situação de vulnerabilidade social, só no litoral sergipano. Devido à crescente dificuldade de acesso às mangabeiras em decorrência da expansão imobiliária e das fronteiras agrícolas, o fruto está cada vez mais escasso. Outro problema enfrentado pelas catadoras é a dificuldade de comercialização do produto.

As catadoras estão conquistando visibilidade inclusive nacional, pois se fazem ouvir junto às autoridades e, recentemente, na Comissão Nacional de Desenvolvimento Sustentável de Povos e Comunidades Tradicionais. Além do apoio das duas unidades da Embrapa, o movimento conta com a Universidade Federal do Pará, do Incra-SE, e do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).

“O projeto melhora a comunicação entre as catadoras, pois a colheita está cada vez mais difícil. Queremos mais respeito e possibilidade de trabalhar” disse a catadora Maria Domingos da Anunciação, a Ninha, do povoado Alagamar, do município de Pirambu.

Patrícia Santos de Jesus, presidente do Movimento das Catadoras de Mangaba, disse que com capacitação e ao se tomar conhecimento das possibilidades de preservação e de exploração sustentável fica mais fácil reivindicar os direitos. "As possibilidades estão se expandindo, pois já pensamos em capacitação oferecida pela Resex/RDS organização que cuida das reservas extrativistas", complementou.

Ivan Marinovic Brscan MTb 1634/09/58/DF
Embrapa Tabuleiros Costeiros
ivan@cpatc.embrapa.br

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